quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014


O amor da mulher mais bela

Na frente de Vênus, Juno e Palas Atena, a Discórdia lançou um pomo “para a mais bela”.

– Júpiter vai resolver qual de nós é a mais bela, disse Juno confiante por ser a esposa.

– Eu não sou a pessoa indicada para fazer a escolha, disse o senhor do Olimpo.

Político astuto, ele sabia que, qualquer que fosse a escolhida, as duas outras ficariam furiosas. Júpiter transferiu a Páris a difícil decisão.

Diante de Páris, filho do rei de Troia, mas ocupando-se dos rebanhos, cada uma fez sua proposta.

Pieter Coecke van Aelst, O sonho de Páris
 

– Eu te darei a vitória, argumentou Palas Atena, deusa da guerra justa.

Na pintura de Van Aelst, Palas Atena é a figura que está mais à direita, cuja identidade se mostra pela espada e pelo capacete. Com sua mão direita, ela oferece a coragem ao príncipe.

– Eu te concederei o reino, apressou-se a declarar Juno, a rainha do Olimpo.

Ela se coloca entre as duas outras deusas e é portadora da coroa real. Envolvendo seus braços em seu próprio corpo, ela sugere que o reinado será dele.

– Eu te garanto o amor da mais bela entre as mortais, falou docemente Vênus, a deusa do amor.

Vênus olha para as outras duas e, com sua mão direita, parece dizer:

– Como alguém pode resistir à minha oferta?

A oferenda é indicada pela sua mão esquerda.

O pragmatismo que move as sociedades modernas levaria Páris a escolher o poder ou a vitória. Mas o príncipe/pastor vivia o romantismo ingênuo das sociedades do passado e escolheu Vênus a vencedora. Assim fazendo, ganhou o amor de Helena, a mais bela dentre todas as mulheres.

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