quinta-feira, 30 de janeiro de 2014


Os amores noturnos de Diana e Endymion

Endymion era um jovem muito bonito a quem Júpiter concedeu o dom da juventude eterna, mas, ao mesmo tempo, o senhor dos deuses deu-lhe o sono perpétuo.
Diana, a deusa da Lua, percebendo-o, apaixonou-se e tomou conta dele durante seu sono.

Diana é a lua, deusa casta mas seduzida; Endymion, segundo as versões, é um pastor ou um rei.
O mito de seus amores noturnos, representado aqui com um domínio cromático que lembra a arte veneziana, teve um grande alcance literário e artístico
(Museu do Luxemburgo, O Renascimento e o sonho).

Diana e Endymion de Benvenuto Tisi

terça-feira, 28 de janeiro de 2014


Vênus adormecida e Cupido

É a Ticiano que Bordone deve o uso que ele faz da cor e sua concepção da beleza feminina ideal.
Sua Vênus, cuja pose retoma a das ninfas e das figuras femininas dos relevos clássicos, é de uma sensualidade purificada e sublimada em seu sono profundo.
A deusa encarna aqui uma ideia do amor cósmico e de uma fecundidade à qual toda a natureza está submetida
(Museu do Luxemburgo, O Renascimento e o sonho).

Pâris Bordone, Vênus adormecida e Cupido (1540)

domingo, 26 de janeiro de 2014


A vacância da alma

Dormir, sonhar talvez.
A ideia de sono no Renascimento torna-se clara graças ao conceito de vacatio animae, ou ‘vacância da alma’, elaborado por Marsite Ficin, tomando Platão como referência.
No Timeu, o filósofo escreve que a inspiração surge nos momentos de despossessão do sujeito, caracterizados pela perda de razão.
Precisando e enriquecendo essa ideia na sua Teologia platônica (1482), Ficin explica que é possível à alma, mediadora entre o corpo e o mundo, se libertar temporariamente da servidão da matéria: a ocasião para isso é fornecida, sobretudo, pelo sono e pela melancolia.

Destacada mais ou menos completamente do corpo, a alma de certas pessoas adormecidas pode elevar-se em direção a um princípio superior e divino; ela alcança o estado profético, tanto quanto a inspiração poética.
Essa concepção do sono não é, evidentemente, a única admitida no século XVI, mas ela influenciou numerosos artistas.
Assim, a pintura renascentista multiplicou as imagens de pessoas que dormem, inserindo-os em um contexto mitológico ou cristão
(Museu do Luxemburgo, O Renascimento e o sonho).

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


O momento do amor e da arte

A multidão costuma nomear noite
Esse sol que resiste a sua compreensão
                                                               Michelangelo

Francesco del Brina, inspirando-se em Michelangelo, pintou a obra Alegoria da Noite por volta de 1575. Trata-se de obra feita de óleo sobre madeira e encontra-se atualmente na Fundação Casa Buonarroti em Florença.

Alegoria da Noite de Francesco del Brina

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


Alegoria da Noite

Inspirado em uma célebre escultura de Michelangelo, esta alegoria de Michele di Ridolfo del Ghirlandaio testemunha a grande influência que as ‘invenções’ do mestre exerceram sobre os pintores. Em sua reelaboração sábia e refinada, Ghirlandaio acrescentou sobretudo duas máscaras, tomadas emprestadas do repertório de Bronzino, a quem o quadro deve também o aspecto esmaltado das superfícies, o marfim das peles, a clepsidra e o pequeno Eros que acende uma lâmpada com um archote (Museu do Luxemburgo, O Renascimento e o sonho).

Alegoria da Noite de Ghirlandaio

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014


Viagem ao sonho no Renascimento

– Bonjour, Monsieur, estou procurando o Museu do Luxemburgo.

– É só seguir em frente, sair do parque e a entrada fica logo à direita.

– Ah... então o Museu fica fora do parque...

– O Museu do Luxemburgo fica dentro do Parque de Luxemburgo, mas a entrada fica fora!

– Merci, Monsieur.

A exposição sobre o Renascimento e o sonho, no Museu do Luxemburgo, é belíssima, séria, rigorosa com a arte, despretensiosa e faz um jogo entre o escuro e o iluminado que envolve todos que lá vão. Ainda por cima, com duas exceções (o museu de onde elas vieram não autorizou), é permitida a fotografia de todas as obras.



sábado, 18 de janeiro de 2014


O Renascimento e o sonho: a noite

Mãe do sono e dos sonhos, a noite é profundamente ambivalente. Ela abre um espaço e um tempo de inquietação e mesmo de terror; mas ela também traz a paz e convida ao recolhimento.

Com A Aurora e O Dia, esta alegoria de Battista Dossi, A Noite, devia ornamentar um salão do duque Ercole d’Este em Ferrare. A mulher adormecida, sóbria e clássica, ocupa um mundo onírico cheio de monstros revelados pelas grandes flamas (Museu do Luxemburgo, O Renascimento e o sonho).

Battista Dossi, A Noite

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


O euro é uma ponte

Na Opéra Bastille achei uma programação que se adapta aos meus horários, um recital.

Rita e Jean se assustaram mais que eu quando, de repente, estávamos os três querendo saber o que o outro estava fazendo ali, naquela calçada. Eles já deviam ter voltado para Larzac e eu ainda devia estar em Carcassonne. Passeamos pelas butiques de arte e artesanato da Avenida Daumesnil.

Durante a conversa, fiz referência à semelhança entre a ponte e o celular. Toda ponte é um elo que liga pessoas. A ponte estreita distâncias e une. Ela permite o contato de pessoas que querem se encontrar. O mesmo se passa com o celular. O aparelho móvel aproxima pessoas distantes, mesmo se, de certa forma, com uma frequência inquietante, leva as pessoas a se abstraírem das que estão ao lado ou à frente.


 
 
Jean acrescentou que as notas de euro estampam a imagem da ponte, por ser portadora desse símbolo: o euro é a ponte econômica entre os diversos países europeus.
 

 


terça-feira, 14 de janeiro de 2014


Chegar em Paris é sempre bom

A região sul da França é bela em todas as estações do ano. Foi talvez por isso que os Cro-magnon resolveram fixar residência ali há milhares de anos. Foi nessa região que minha prima Áurea encontrou a felicidade e depois a paz. É dali também que veio a ser minha querida priminha Flavia.

Mas chegar em Paris é sempre bom. É como chegar em casa.


Museu do Louvre



Fonte dos Inocentes


domingo, 12 de janeiro de 2014


A vida dura de um turista goiano no interior da França

Passei o dia enfurnado em dois trens: o que foi até Bordeaux e o que me deixou em Carcassonne. Quando cheguei ao hotel, entendi o que eles queriam dizer com a expressão apart-hotel. Era um largo pátio com os apartamentos em volta: quarto grande com cozinha em uma das paredes e um banheiro gigantesco (do tamanho dos quartos dos hotéis em Paris). Não havia um centro de convivência tal como costuma ser a recepção dos hotéis. A gente entra da rua diretamente no pátio interno e dali toma o rumo do quarto/apartamento sem encontrar ninguém. A temperatura estava baixa dentro do quarto e o regulador não funcionava. Me senti isolado. Decidi que, em vez de passar três noites, de acordo com a reserva, passaria somente duas, o suficiente para fazer algumas fotos no dia seguinte. Tendo viajado o dia inteiro, estava com muita fome. Entre quatro e seis horas da tarde, não há restaurante aberto. Uma quiche lorraine iria bem, enganaria a fome até a hora do jantar. Mas o rapaz da recepção insistiu que, na Cité, havia restaurante aberto. Fui até lá, alucinado pela fome, sem assumir a emoção de entrar em uma cidadela medieval, mas com os olhos esbugalhados procurando a palavra mágica: restaurante. Como temia, não havia nenhum aberto. Fugi de lá, procurando qualquer coisa pra comer. Uma noite fria, chuvosa e deserta me ofereceu a luz de uma padaria que me forneceu o que eu queria. Só aí fui me instalar no hotel e então pude me dar conta de que estava mal instalado. Esperei umas duas horas pra ir jantar. Continuava chovendo. Encontrei o restaurante onde anteriormente uma jovem havia lamentado que infelizmente só poderia me atender mais tarde. Comi um cassoulet razoável. Bem preparado, mas um pouco seco. Saindo do restaurante, um casal de meia idade, ambos obesos, andava calmamente e conversava animadamente. A chuva estava mais forte. Afora esse casal, ninguém na rua. Um carro passou lentamente. Entendi que o hotel fica perto da Cité, mas longe do centro da cidade.

Às nove e meia da noite, não havia mais nada pra se fazer. A internet é sempre uma alternativa. Um blog a ser alimentado é sempre uma atividade legal. Vi que era melhor voltar a Paris no dia seguinte de manhã, caso contrário teria mais tempo livre do que blog pra escrever. Êta vida dura...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014


O comércio, o turismo e a preservação cultural

É inevitável reconhecer que a parte medieval da cidade está bem conservada graças ao interesse turístico, principal fonte de renda da cidade. Quando a gente se lembra disso, aceita com mais naturalidade a poluição do comércio de lembrancinhas, dos restaurantes e dos barzinhos, que proliferam em toda parte. Felizmente, a invasão cultural se esforça por preservar as características medievais do ambiente, de forma que visitar Sarlat é fazer um mergulho no tempo.

Sarlat


Sarlat




quarta-feira, 8 de janeiro de 2014


Château de Castelnaud

Somente quando entrei na torre principal, entendi o que significa “Museu da Guerra na Idade Média”. Na chegada, a parte externa do Château de Castelnaud nos mostra as escadarias, os caminhos, os pátios, a ampla vista sobre o espaço em frente, as catapultas com as especificações técnicas, um jardinzinho com plantas medicinais e aromáticas. Isso é o que se espera de um castelo. Esse ambiente nos leva a uma emocionante incursão na Idade Média. Os vários níveis dos pátios é uma antecipação dos vário níveis dos aposentos dentro do castelo. A noção de primeiro andar, segundo andar etc., pelo que pude observar, é posterior.

Entrando na torre do castelo, afora os aposentos de uma madame (la châtelaine magne de Castelnaud), tudo que havia no interior, todos os objetos em exposição são utensílios de guerra. Armaduras de vários tipos, capacetes variados, armamento de defesa e de ataque. Enfim um belíssimo passeio pelo mundo medieval. Pena que tudo aquilo servia pra matar gente.


Château de Castelnaud


Cavaleiro com armadura

terça-feira, 7 de janeiro de 2014


Brasileiro é sempre bem-vindo

Deixei o hotel às nove horas pra chegar cedo à Gare Montparnasse, onde tomei um trem em direção à Bordeaux, conexão pra Sarlat. Fazendo a reserva na véspera, não consegui hotel em Montignac, que é a cidade mais próxima da Gruta de Lascaux. Depois de muitas horas de viagem, já na estação de Sarlat, estava mais tonto do que fraco. Não consegui nada com a primeira pessoa a quem perguntei pelo hotel. Depois de levar um susto (será que eu já estou assustador, perguntei a mim mesmo antes de repetir que eu estava procurando o Renoir), a senhora que devia ter uns cinquenta anos e tinha chegado no mesmo trem me disse que não era longe, mas com mala e chuva ficava longe.

- Mas deve ter um táxi por aqui...

- Vai ser difícil encontrar um táxi...

Estiquei o pescoço para fora da estação e não vi nada interessante.

- De onde você é?

- Sou brasileiro. Estou longe de casa. Vim visitar a gruta de Lascaux...

- Ah, brasileiro... Eu estou de carro, levo o senhor lá no hotel.

- Uaoul!!! Não sei como agradecer...

- Não tem nada que agradecer!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


A primavera do Renascimento: a escultura e as artes em Florença (1400-1460)

Pensei em dedicar o dia ao Louvre. Quando cheguei lá, percebi que essa também foi a opção de centenas de pessoas. A fila pra passar pelo controle de segurança, com raio-x semelhante ao dos aeroportos, percorria todo o pátio interno do Louvre e avançava sobre a calçada externa do palácio. Aproximei-me de um segurança e perguntei se, com a minha idade, eu teria direito a evitar a fila. Ele me mostrou o caminho, que eu percorri com passadas largas. Não pude evitar a fila da compra de ingresso, bem mais curta, porque são cerca de 20 guichês. Escolhi visitar somente a exposição sobre a escultura renascentista de Florença. Foi uma boa escolha. Lembrei-me do ano passado, quando tive a oportunidade de ficar desbundado com Florença. Excelente síntese, esta exposição do Louvre, em que, sempre que possível, havia um trabalho do período clássico – grego ou romano – que teria inspirado o artista do Renascimento. Pena que não se pode fotografar nada. Nem mesmo cartaz explicativo.

Logo na entrada, duas cabeças de cavalo (uma do período clássico e outra renascentista) mostram a tônica do re-nascimento. Entretanto, de um modo geral, a escultura do período mantém a temática religiosa medieval, apesar de dar um tratamento mais humano às figuras. Bruneleschi brilha nos salões da exposição, refletindo a ousadia com que ele pensou o espaço construído na época.

 
 
 
 

domingo, 5 de janeiro de 2014


Rêveries Brésiliennes

No início da tarde, encontrei Elisa, Rita e Jean em um barzinho familiar, “Les Éditeurs”. Fica próximo à estação de metrô Odéon. As paredes do salão principal são estantes com livros que a gente pode pegar pra ler enquanto toma um café ou um balon de rouge. Rita, que mora no sul da França, perto de Millau, tem um programa semanal de música brasileira na Rádio Larzac (http://www.radiolarzac.org/ > sons > emissions > Rêveries Brésiliennes). Ela apresenta as músicas no contexto histórico em que foram sucesso, e a última edição (17/dez/2013) foi dedicada a Vinícius de Moraes. Você pode ouvir o programa aqui: Rêveries Brésiliennes.

O próximo programa (14/jan/14, terça-feira) vai ser sobre a MPB dos anos 60, período em que Chico Buarque, Caetano, Betânia, Vandré e tantos outros fizeram uma música engajada. Ela me convidou pra fazer um depoimento sobre aquele momento. Minha contribuição terminou com a leitura de uma página do livro Desesquecimentos, que escrevi sobre os dois anos que fiquei preso naquela época em consequência da minha oposição à ditadura militar. Você pode assistir o programa ao vivo no dia 14 às 16 horas (hora de Brasília) no endereço acima.

Como me esqueci de fazer uma foto da fachada do Café, tomei emprestado uma do Google.

sábado, 4 de janeiro de 2014


Não-sei-o-que Saint Jacques

Almocei ali mesmo no Centro Pompidou. O restaurante é sofisticado e não é caro. Examinando o cardápio, vi um “Não-sei-o-que Saint Jacques”. Não dava pra saber o que era, mas parecia apetitoso. Foi o que pedi. Estava bom, apesar de continuar sem saber o que era.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Centro Pompidou
 
No primeiro café que entrei não havia tartine, e eu comi um croissant com café-creme. Na agência de viagens, pude organizar a ida até o sul da França e fui atendido por uma jovem atenciosa. No Centro Pompidou, prefiro a seção moderna à contemporânea. Especial destaque para o quadro abaixo de Andreas Eriksson.


 
Velhas amizades parisienses

Lip é um amigo que eu já conhecia antes de nascer. Veio com a emigração política brasileira do início dos anos 1990 e veio para ficar. Rapidamente se integrou na sociedade parisiense e viu que, completando seus estudos, estaria em condições de disputar o mercado de trabalho competitivo como o daqui. Passou a se ocupar de menores em situação de risco.

Conversar com ele é um exercício de inteligência e memória. Quer saber tudo que se passa na terrinha, as condições sociais e políticas. Situação do povo e dos ricos. Reforma disso e daquilo. Candidatos e anticandidatos. Black block e maioria silenciosa. Com nossa conversa, permeada de participação de seus filhos, superamos com prazer a monotonia do dia primeiro do ano.

A noite foi dedicada a um concerto muito bom, na igreja St Julien le Pauvre. Passei lá duas horas antes da sessão, porque no ano passado não consegui entrar de tão grande era a procura. Desta vez, talvez por ser ópera, talvez por ser o primeiro dia do ano, normalmente dedicado à preguiça, havia muitos lugares vazios e eu pude me alojar confortavelmente. O contra tenor Nguyen Duy-Thông e o pianista Laurent Collobert fizeram a festa dos ouvidos e da alma.




Este não é um blog de viagens
  Acontece que, durante o período das aulas, sobra pouco ou nenhum tempo para outras atividades além das aulas. Então estou começando esse blog hoje, durante o voo para Paris, primeiro momento livre desde o fim das aulas. Primeiro tempo de descontração neste semestre corrido. Fazem uns quinze minutos que o Airbus 330 decolou do aeroporto do Galeão. Um simpático atendente me informou que o encosto deste assento não inclina para trás, mas é a poltrona que desliza. Brinquei um pouco com esse mecanismo e pedi um guaraná light. Não tem. Só Coca. Não reclamei. Me contentei que ele tenha tomado conhecimento da minha preferência por guaraná.

Eles informaram pelo sistema de som quantas horas nós vamos passar dentro desse cubículo. Mas não entendi nada do que ele disse em francês nem em português. Quando ele disse a mesma coisa em inglês e alemão, me recusei a prestar atenção em sinal de protesto pela qualidade do som de bordo. Lembro-me de que são intermináveis 11 horas de voo durante as quais fico hipnotizado pelo relógio. Trata-se de um processo auto alienante, porque o tempo não vai mais rápido quando eu tomo conta dele. Acho até que vai mais devagar. Mas não consigo evitar.

Devemos chegar amanhã, por volta de onze horas, a tempo de almoçar um filé de vaux com vinho francês. Gosto do Bordeau. O filé de vaux pode ser negligenciado se a oferta do dia for mais atraente. De noite, vou a Saint Maure para passar o réveillon com amigos que moram por aqui. Vai ser bom porque são amigos de quem eu gosto muito. Está combinado fazer a troca de presentes no sistema de amigo oculto. O presente não pode custar mais de 5 euros. Fiz a conversão e comprei uma boneca de 25 reais, porque não achei nada interessante de 15 reais.

Retornando ao início do post, a intenção é fazer um blog de arte e política. Se conseguir encontrar um denominador comum entre esses dois campos, vai ser a glória, porque são temas que caminham em direções diferentes. Mas são os dois temas que sempre me apaixonaram. Espero encontrar mais alguém que também se interesse por esses assuntos. Teremos então oportunidade de trocarmos ideias.