terça-feira, 23 de setembro de 2014


Fonte Stravinsky

Praça Stravinsky e Fonte Stravinsky é uma dupla homenagem ao grande compositor russo Igor Stravinsky. O monumento lembra a obra musical de Stravinsky. Compositor do século XX, ele é um símbolo do ecletismo e do internacionalismo artístico.

A Fonte Stravinsky, criada conjuntamente por Jean Tinguely et Niki de Saint Phalle em 1983, é generosa em criatividade, com suas dezesseis esculturas animadas que fazem referência às obras do compositor: O Pássaro de Fogo (1910), O Elefante, O Sargento, O Amor, A Vida, A Morte... As máquinas pretas e metálicas contrastam com as formas arredondadas e coloridas (Em tradução livre da Wikipédia).

 
 

sábado, 20 de setembro de 2014


Móbile metálico

No pátio do Centro Pompidou, fazendo parte do acervo do Museu Nacional de Arte Moderna, foi implantada uma arrojada escultura de Alexander Calder, Horizontal (1974). Ele é norte-americano que se dedicou a móbiles de médio e grande porte.


terça-feira, 16 de setembro de 2014


A instalação por fora

Fundado em 1977, o Centro Pompidou é sem dúvida um dos ícones da pós-modernidade na arquitetura. Depois de um intenso debate público sobre o que fazer com o vazio deixado pela transferência para a periferia do centro atacadista de distribuição de alimentos (Les Halles), procurou-se uma mediação entre comércio e cultura. Assim, no gigantesco buraco deixado pela remoção, foi construído um shopping center e o Centro Pompidou. O complexo cultural foi projetado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers que tornaram aparentes as estruturas e os equipamentos do prédio, considerando que esses elementos têm dimensão e volume estéticos. Pelo lado de fora, o Centro Pompidou também pode ser visto como uma instalação.

A crítica mais contundente que se faz à opção pela arquitetura high tech no caso é o fato de o edifício estar localizado no centro de Paris, portador de uma clara unidade arquitetônica, resultado da reforma urbana realizada sob a direção de Haussmann no final do século XIX.

Criticado ou elogiado, o Centro Pompidou, ao lado da torre Eiffel e do Museu do Louvre, é um dos pontos turísticos mais visitado de Paris.
 

sábado, 13 de setembro de 2014


Desventuras de um estudante brasileiro na terra de Descartes

O Centro Pompidou abriga museu, biblioteca e teatro. O autor do blog frequentou assiduamente a biblioteca durante seu doutorado feito na Universidade de Paris. Não sei como é seu funcionamento atual. No final da década de 1970, a informalidade era o diferencial: não havia nenhum controle para a entrada no recinto, você pegava os livros diretamente das estantes, e o chão, com carpete limpo e macio, era a alternativa preferencial para uma leitura confortável. Essas condições colocavam a biblioteca do Centro Pompidou no extremo oposto da Biblioteca da França. Nesta, só doutores tinham acesso (ainda é assim?). Sendo ainda doutorando, tive de mostrar uma carta de apresentação do meu orientador à bibliotecária que negociou comigo quantas vezes eu poderia frequentar a Biblioteca. Pedi, timidamente, quatro acessos e ela, generosamente, me deu dez. Com a autorização em punho, registrei o número da mesa em que ia me sentar e só então estava em condições de iniciar o processo para solicitar o empréstimo do livro que não tinha na Biblioteca do Centro Pompidou, de dinâmica mais recente. O tempo de espera é em torno de três horas e o livro não pode sair da mesa!

Antes de solicitar o livro, tive que ir à área dos fichários. Um labirinto de gavetas, letras e números. Ninguém para ajudar (ajudar doutores?). Fui percorrendo aqueles corredores pasteurizados com cheiro de remédio contra mofo, sem a preocupação de achar o livro que eu precisava, curtindo aquele ambiente seleto e inexpugnável para a maioria dos habitantes do planeta terra. Nenhuma vigilância (vigiar doutores?). De repente, uma pequena placa na entrada de um salão indicava “Manuscritos anteriores a 1830”. Levou o tempo de um relâmpago para eu me lembrar de Descartes e seu Discurso sobre o método. Não olhei para os lados, hipnotizado pela possibilidade de olhar a mesma folha de papel que o filósofo também tinha olhado. Ele olhou e escreveu. Eu iria olhar sua mão escrevendo aquele texto que resiste ao tempo, um texto mais atual do que as notícias do jornal da manhã. Sem tocar, percorria as lombadas em busca da palavra mágica, Descartes.

– O que o senhor está procurando??

Ela tinha uma expressão preocupada e, ao mesmo tempo, assustada. Percebi que nem doutores podiam entrar naquele templo. Rapidamente assumi a postura de doutor que tinha esquecido a bússola no Brasil e mostrei a ficha com o nome do autor e título do livro, faltando preencher o número de indexação. Ela ficou visivelmente aliviada, achou graça de eu estar procurando um livro impresso no início do século vinte na sala dos manuscritos antigos. Talvez por gentileza, talvez para me tirar definitivamente dali, ela achou com facilidade o número que eu procurava e me acompanhou até o saguão, sempre simpática.

Dei entrada no pedido e, na impossibilidade de manusear os manuscritos de Descartes, fui ler o Le Monde, porque o livro que eu queria só viria dali a três horas...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014


Uma imensa instalação interativa

Saindo do Museu, mas ainda dentro do Centro Pompidou, pode-se ver o salão de entrada, que mais parece uma imensa instalação interativa, onde a gente compra o bilhete de entrada para o Museu e guarda a mochila. Também pode sentar no chão, tirar foto, se informar ou simplesmente ficar curtindo o ambiente, quer dizer, a instalação.

terça-feira, 9 de setembro de 2014


Cravo-da-índia, cominho, pimenta, açafrão...

Líder da cena artística brasileira, Ernesto Neto é celebrado no mundo inteiro por suas imponentes esculturas-instalações que se caracterizam por seus elementos olfativos e tácteis. Toda sua obra convida a uma participação sensorial.

We stopped just here at the time é assim constituída de uma tela pendurada no teto, feita de tecido flexível e transparente, em que certas partes são preenchidas de especiarias e condimentos de cores quentes que caem como cachos. Se as diversas especiarias (cravo-da-índia, cominho, pimenta, açafrão...) preenchem e estruturam as formas dessa escultura, elas lhe conferem também sua dimensão de instalação multissensorial. Essas formas voluptuosas, as cores vivas e os odores emitidos fazem apelo à visão e ao olfato. Elas convidam o visitante a ir além da hierarquia da percepção que convenciona colocar o olhar em primeiro plano (Museu de Arte Moderna de Paris, janeiro de 2013).

Ernesto Neto, We stopped just here at the time (2002)

domingo, 7 de setembro de 2014


Eternamente Olímpia

Com Eu gosto de Olímpia com o rosto negro, o artista americano Larry Rivers reexamina um dos ícones da história da arte: Olímpia de Édouard Manet. Com sua bricolagem de formas e de objetos, esta obra se inscreve mais na tradição da colagem e da montagem do que na Pop arte, então dominante nos Estados-Unidos.

Rivers compartilha com Manet um mesmo raciocínio de provocação e, quando ele realiza esta obra, ela se vê denunciada como vazia e sem fundamento, como se ele denunciasse Olímpia de ser banal e vulgar. Eu gosto de Olímpia com o rosto negro é entretanto uma obra engajada: produzida em1970, em um clima político efervescente, ela lembra o problema da segregação e denuncia por meio de uma dupla oposição dos personagens representados – mestre-escravo, Negro-Branco – a arbitrariedade das condições sociais dos afro-americanos (Museu de Arte Moderna de Paris, janeiro de 2013).

Larry Rivers, Eu gosto de Olímpia com o rosto negro (1970)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014


Telefone?

Marta Pan (1923-2008) é artista francesa de origem húngara que, com muita criatividade, sempre buscou novas formas, materiais e ambientes para suas esculturas.

Teca, nome comum de origem no sânscrito da Tectona grandis, é uma árvore de grande porte e grande importância econômica em todo o mundo por sua madeira de qualidade, de cor clara e duradoura (Wikipédia).

Lembrança do Centro Pompidou, janeiro de 2013.

Marta Pan, A teca (Le teck) (1956)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014


Quadrados artísticos

François Morellet, nascido em 1926, é artista contemporâneo francês: pintor, gravurista, escultor e artista light. Seus primeiros trabalhos prefiguraram a arte minimalista e a arte conceitual. Ele teve um papel importante no desenvolvimento da arte abstrata geométrica (Wikipédia).

Lembrança do Centro Pompidou, janeiro de 2013.

François Morellet, Superposição e transparência (1980)

domingo, 31 de agosto de 2014


O expressionismo de Munch

O pintor norueguês Edvard Munch é um dos mais destacados representantes do expressionismo. Sua obra mais conhecida é O Grito, que ele realizou em quatro versões. A que se encontra na Galeria Nacional, em Oslo, é de 1893.

O expressionismo é, sob certo ponto de vista, uma reação ao impressionismo. Segundo a corrente adotada por Munch, mais importante do que registrar as impressões que a mente capta de uma determinada realidade é mostrar uma expressão, mesmo que subjetiva, dessa realidade. Foi um movimento que conviveu com um triste momento da história da humanidade, visto que ele atravessou as duas guerras mundiais, período de violência, sofrimento e desespero. Operários saindo da fábrica é um típico exemplo dessa corrente.

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Edvard Munch, Operários saindo da fábrica (1913-1915)

sexta-feira, 29 de agosto de 2014


Uma poltrona para não sentar

“Obra frágil, não tocar”

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Pierre Paulin, Poltrona Ribbon Chair 582 (1966)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014


Retrato sem rosto

Julian Schnabel (Nova Iorque, 1951) é um pintor e diretor de cinema norte-americano. Considerado um dos mais originais da sua geração, integra-se no movimento do neoexpressionismo e está representado em alguns dos principais museus do mundo (Wikipédia, 24/08/2014).

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Julian Schnabel, Retrato de J.S. em Hakodate (1983)

Detalhe da mão

segunda-feira, 25 de agosto de 2014


Manta real

Em 1990, na Bienal de Veneza, onde ele representa a África, Anatsui ganha reconhecimento internacional. Sua arte, absorvendo ao mesmo tempo a modernidade e a tradição, afirmou-se como uma das mais significativas do continente africano. A reciclagem é um de seus temas centrais.

Na série dos grandes tecidos à qual pertence Sasa, o artista utiliza cápsulas de garrafas, cuidadosamente reunidas com fios de cobre. Essa obra monumental, que pode ser apresentada em diferentes posições, está relacionada à tecelagem, à vestimenta, à pintura e à escultura. As cápsulas de garrafas importadas falam das relações entre a África e o Ocidente, concorrendo para uma bela composição, semelhante a uma tapeçaria ou a uma manta real (Museu de Arte Moderna de Paris, dezembro de 2011).

El Anatsui, Sasa (Manta) (2004)

sábado, 23 de agosto de 2014


O que é arte?

De repente estava diante de divisórias portáteis, abandonadas organizadamente em um corredor sem movimento. Apontando as divisórias, perguntei a um dos incontáveis e onipresentes vigilantes do Museu:

– Quem é o autor da obra?

– Não está em exposição...

– Mas podia estar. É um belo conjunto!

Meio sem saber se eu falava a sério ou se eu estava com a percepção artística avariada, ele saiu de fininho.

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.   

 
Divisórias portáteis? Instalação?

terça-feira, 19 de agosto de 2014


A sofisticação do Centro Pompidou

O autor do blog procurando um toalete no Centro Pompidou (meio perdido?).

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Mããããe... cadê o banheiro???

domingo, 17 de agosto de 2014


O azul de Miró

Formidável mudança operada por Miró, no outono de 1924, com a primeira pintura monocromo azul, Banhista, e logo depois com A Sesta, ainda mais elíptica: os numerosos motivos gráficos das telas precedentes constituem agora seu motivo. A cor azul do fundo – esse azul caro a Miró, o azul do céu e da água misturados (a cena aludida na Sesta se passa à beira-mar) – é, a partir de então, para ele, a “cor de seus sonhos”.

Por sua flutuação leitosa, ele evoca, na Sesta, a agitação e a incerteza, e por sua consistência cremosa, a volúpia dessa hora de abandono.

Miró inventa um espaço de palpitação visual e poética, cuja plasticidade em movimento é exacerbada pela precisão das inscrições negras – letras, linhas, pontos – atenciosamente caligrafadas e colocadas como em uma partitura musical. Trata-se de um “campo magnético”, quer dizer, de uma cartografia natural, liberada de todo constrangimento descritivo e racional, e onde se movem, entrando em enigmática fusão, os resíduos de uma realidade esquecida (Extrato, em tradução livre, do catálogo Coleção Arte Moderna, Museu Nacional de Arte Moderna, Centro Pompidou, Paris, 2007).

Miró, A Sesta (1925) (detalhe)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014


Diversidade e unidade com retas e círculos

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Fernand Léger, Composição com mão e chapéus (1927)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014


Nu em pé

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

André Derain, Nu em pé (1907)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014


As cores quentes de André Derain

Autodidata e precoce – começou a pintar com quinze anos –, André Derain (1880-1954) manifestou sua arte em diversos campos: pintura, xilogravura, escultura, cerâmica, cenários e figurinos para teatro e ilustração de livros. Em sua juventude, adotou o fauvismo com características bem pessoais, utilizando cores quentes e harmônicas. Mais tarde, abraçou o cubismo, para melhor expor as suas ideias.

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

André Derain, As duas embarcações (1906)

sábado, 9 de agosto de 2014


Volume e leveza na obra de Fernand Léger

Terminada em 1939, Composição com dois papagaios foi preparada desde 1933 por meio de uma série de estudos, onde aparecem a maioria de seus elementos. Ela se apresenta como uma verdadeira muralha de pintura. Sobre o imenso retângulo, motivos mais ou menos abstratos e figuras gigantes se distribuem harmoniosamente: ao centro, uma pirâmide composta de uma figura feminina agachada carregando uma acróbata; à esquerda, um casal, o homem de pé com veste de banho, a mulher em volta e sobre ele; à direita, a combinação da escada e da corda, já percebida na Composição com três figuras (1932). O volume dos personagens não exclui uma impressão geral de leveza.

Considerada por Léger como uma de suas obras mais bem feitas, Composição com dois papagaios foi enviada a Nova York durante a guerra. Léger fez ela voltar a Paris e ofereceu-a ao Museu em 1953 (Museu de Arte Moderna de Paris, dezembro de 2011).

Fernand Léger, Composição com dois papagaios (1935-1939)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014


Quando a dobra da mesa encontra o cruzamento dos tacos

Em Braque, cada quadro absorve uma parte diferente de elementos frequentemente recorrentes, particularmente quando, depois da guerra, ele desenvolve verdadeiras séries. Na dos sete “Bilhares” (1944-1952), o retângulo verde – o tapete – é observado de todos os pontos de vista possíveis, envolvendo o espectador no movimento do jogo. Ele é feito de uma substância ao mesmo tempo áspera e suave, uma mistura de areia, com uma consistência pictórica equivalente à do feltro da mesa de bilhar.

Visto em diagonal, quebrado em dois, o bilhar vem ao encontro do espectador, em um rebatimento cativante. Um vaso e uma janela truncada distraem ligeiramente o olhar do que se passa em primeiro plano: sobre a linha vertical da dobra encontra-se o ponto onde se cruzam duas hastes marrons, os dois tacos de bilhar. Essa tela valeu para Braque a conquista do primeiro prêmio de pintura na 24ª Bienal de Veneza em 1948 (Museu de Arte Moderna de Paris, dezembro de 2011).


Georges Braque, O bilhar (1944) (detalhe)
  
Observação. Os textos publicados em itálico, com a referência no final, são de autoria do Museu de Arte Moderna de Paris, sendo de responsabilidade do blog somente a seleção do material e a tradução para o português.



terça-feira, 5 de agosto de 2014


Uma experiência poética e física

Zilvinas Kempinas experimenta as possibilidades do movimento em suas esculturas, que se singularizam pela utilização frequente de um material inesperado, pouco caro e em vias de desaparecimento: as fitas magnéticas de áudio ou vídeo cassete. Ele utiliza esse material por seu caráter flexível, leve, brilhante, mas também pela fragilidade da memória sonora e visual que ele contém.

O artista nunca faz alusão ao conteúdo das fitas utilizadas; mas ele se ocupa da relação da escultura com o espectador e o espaço de exposição, na perspectiva dos movimentos da arte cinética. O ar vem fazer oscilar as linhas da fita magnética. Os atritos, os sons hipnóticos, os reflexos e os jogos de sombra parecem dirigidos por forças invisíveis e nos fazem viver uma experiência poética e física (Centro Pompidou, dezembro de 2011).


Zilvinas Kempinas, Fluxo (2009)

 
 
Observação. Os textos publicados em itálico, com a referência no final, são de autoria do Museu de Arte Moderna de Paris, sendo de responsabilidade do blog somente a seleção do material e a tradução para o português.

domingo, 3 de agosto de 2014


Cerca de arame também é arte!

Demakersvan (literalmente “aquele que fabrica”) é um coletivo de três designers: Jeroen Verhoeven, seu irmão Joep Verhoeven e Judith de Graauw.

Eles trabalharam essa obra, que simula uma cerca de arame, no atelier deles em Roterdam. Feita com fio de aço galvanizado, a Cerca de trança foi realizada com o auxílio de máquina comandada por computador.

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Demakersvan, Painel Cerca de trança (2007)

Demakersvan, Painel Cerca de trança (2007) (detalhe)

Observação. Os textos publicados em itálico, com a referência no final, são de autoria do Museu de Arte Moderna de Paris, sendo de minha responsabilidade somente a seleção e a tradução. Os textos sem itálico são de minha autoria.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014


Urgência

Wolfgang Tillmans é fotógrafo de arte. Nascido em 1968 na Alemanha, ele se interroga sobre os fundamentos da fotografia. Já ganhou vários prêmios europeus.

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Wolfgang Tillmans, Urgência XVIII (2006). Detalhe

terça-feira, 29 de julho de 2014


Não sei se é confortável, mas dá vontade de sentar!

Arquiteto de interiores e designer dinamarquês, Verner Panton cria em 1955 sua agência em Copenhague e colabora com numerosas firmas e editores de mobiliário e de tecido. Ele mostra interesse por um design completo, integrando um ambiente inovador, à semelhança de sua intervenção na exposição “Visiona II” em Cologne em 1970.

Ao mesmo tempo em que ele desenvolve seu próprio código de cores, Color System, aplicado tanto ao mobiliário quanto à arquitetura de interiores, ele se interroga e coloca em prática as relações entre cores, formas e luzes.

O sofá Living Sculpture, realizado em 1970-71 para sua residência particular em Basileia, é constituído de nove elementos de mousse de poliuretano, reunidos por um sistema de pinos e revestidos por um tecido trançado e trama de lã. Sua concepção única, confortável e lúdica, oferece uma nova leitura dos hábitos e das ocupações de interior (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Verner Panton, Sofá Living Sculpture (1970-71)

domingo, 27 de julho de 2014


“Tricoto, logo existo”

“Enfim adivinhar, não mais saber” era o título escolhido por Rosemarie Trockel para sua exposição no MoMa de Nova York em 1988. Esse título poderia servir para evidenciar o significado do conjunto de seu trabalho, multiforme, desnorteante, inalcançável. O olhar que a artista adota sobre a sociedade é, às vezes, cruel e, com frequência, subversivo ou mesmo destrutivo. Ela evita a banalidade da vida, manipula as convenções e desestabiliza as expectativas.

Na aparência, suas pinturas, esculturas, desenhos, tricôs, fotografias, instalações e filmes dependem do universo feminino. Mas aqui, quando a artista troca suas agulhas de tricotar por máquinas sofisticadas, programadas por computador, é para citar Descartes. O “Penso, logo existo” dessa obra pode igualmente ser lido: “Tricoto, logo existo” (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Rosemarie Trockel, Cogito, ergo sum (1988)

sexta-feira, 25 de julho de 2014


Elmo

Mimmo Paladino é escultor, pintor e gravurista italiano.

Lembrança do Centro Pompidou, dezembro de 2011.

Mimmo Paladino, Elmo (1998)

quarta-feira, 23 de julho de 2014


Antessala dos apartamentos privados do palácio Élysée, quando Georges Pompidou era presidente

A decoração realizada por Agam para o palácio Élysée responde a uma encomenda feita ao artista em 1971 pelo chefe de Estado, George Pompidou. Decorado entre 1972 e 1974, sob a égide do Mobiliário Nacional, ele foi desmontado depois da ascensão de Valéry Giscard d’Estaing à presidência da República, antes de ser apresentado em 2000 ao Centro Pompidou.

Verdadeiro espaço pictórico “cinético” realizado na escala de uma peça de habitação e associando paredes, tetos, piso e portas de entrada, o Salão assume os princípios do “quadro polimórfico”. Fabricado com a ajuda de elementos coloridos com efeito de bisel, o artista oferece ao espectador composições abstratas que se modificam conforme o ângulo de visão.

Concebido a partir de uma escolha precisa de materiais e de cores, essa obra oferece a visão de um espaço geométrico dinâmico e sugere uma metamorfose permanente do universo visual (Centro Pompidou, dezembro de 2011).


Yaacov Agam, Salão (1974)


segunda-feira, 21 de julho de 2014


As poeiras de pixels

Chuck Close é um dos principais representantes do hiper-realismo, corrente nascida nos Estados-Unidos em meados dos anos 1960. Em ruptura com a abstração, mas frequentemente considerados como próximos da Pop Arte, os artistas desse movimento escolhem temas neutros e imediatamente reconhecíveis, tais como imagens de loja ou fotos pessoais, que eles transcrevem com minúcia.

O tema, único tema da obra pictural de Chuck Close, é desde 1967 o retrato de identidade fotográfica, o plano próximo e frontal da figura humana que ele expressa na pintura por meio de um sistema em que ele simula o ladrilho. Esse sistema evolui a partir do final dos anos 1980: o artista começa então a pintar a partir de imagens numéricas e interpreta detalhadamente “as poeiras de pixels”, como aqui para este retrato de seu amigo Arne Glimcher (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Chuck Close, Arne (1999-2000). Detalhe central

sábado, 19 de julho de 2014


Preto e Branco

Ellsworth Kelly é pintor e escultor nova-yorkino. Seu trabalho enfatiza a simplicidade das formas, como mostra o presente trabalho.

Lembrança do Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013.

Ellsworth Kelly, Branco Preto (Black White) (1988)

quinta-feira, 17 de julho de 2014


O espaço e a materialidade da cor

Desde meados dos anos 1970, Ettore Spelletti elabora uma obra a partir da observação sensível da natureza e dos mestres primitivos italianos. Singular, seu ângulo de visão aproxima pintura e escultura, visando explorar o espaço e a materialidade da cor.

Grupo da Fonte evoca a memória das cores de uma paisagem nas vizinhanças de uma aldeia, aqui reduzida a um grupo de casas com formas sintéticas; um arco de metal se eleva sobre uma forma em elipse de vidro azul, que lembra uma superfície aquática refletindo um arco-íris em uma paisagem sublimada (Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013).

Ettore Spalletti, Grupo da Fonte (1988)

terça-feira, 15 de julho de 2014


O espelho e o cemitério

O polimento transforma o aço em espelho que traz o ambiente e o fotógrafo para dentro do quadro (para dentro do cemitério?).

Lembrança do Centro Pompidou, visita de janeiro de 2013.

Michelangelo Pistoletto, Mulher no cemitério (1962-74)

domingo, 13 de julho de 2014


Isolamento e proteção: piano e feltro

Esse ambiente, tardio na obra de Beuys, foi concebido em 1985 para o espaço da galeria londrina Anthony d’Offay. Sua apresentação atual retoma a configuração original. Promessa (Plight) faz referência a um acontecimento preciso: para atenuar os barulhos do trabalho de um imóvel vizinho, Beuys havia prometido à direção da galeria realizar uma obra que opusesse o silêncio ao barulho.

A instalação compõe-se de dois espaços atapetados de espessos rolos de feltro. No interior, o visitante experiencia uma sensação de calor e uma impressão de isolamento que, ao mesmo tempo, protege-o e corta suas ligações com o mundo. Absorvendo os sons, o feltro torna incongruente a presença naquele espaço de um piano de concerto mudo, sobre o qual estão dispostos um quadro negro e um termômetro.

A ambivalência e a complexidade da obra estão presentes desde seu título, que faz alusão à ideia de constrangimento, de dever, mas anuncia uma promessa (Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013).

Joseph Beuys, Promessa (Plight) (1985)

sexta-feira, 11 de julho de 2014


A escultura pensada como uma forma em expansão

Arquiteto de formação, o artista brasileiro Tunga desenvolve desde os anos 1970 uma obra prolífica que engloba todos os campos da criação. Desde sua primeira apresentação em Whitechapel Gallery de Londres em 1989, a instalação Lezart não para de se transformar.

Os materiais, como o cobre, o ferro e o ímã, da mesma maneira que as formas estendidas, são aqui emblemáticos da mitologia pessoal do artista, marcado pela alquimia e pela ideia de uma dinâmica da matéria. Tunga ambiciona redefinir a escultura não mais como um volume estático, mas como uma forma em expansão.

Esta é a reconstituição (2013) da instalação Lezart (1989), apresentada ao Power Plant de Toronto em 1990 (Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013).

Tunga, Lezart III (1989)