segunda-feira, 30 de junho de 2014


A dança de Emma

Um ritmo turbilhonante dinamiza Emma Dance.

A escultura faz parte da série “Emma”, iniciada pelo artista inglês em 1977, por ocasião de sua participação no atelier universitário do lago Emma no Canadá. Em ruptura com o estilo impositivo das obras precedentes, Anthony Caro propõe aqui uma nova maneira de se expressar: formas leves e lineares desdobradas no espaço; estruturas abertas, fazendo o jogo pleno de uma dialética entre interior e exterior.

A lembrança de desenhos de esculturas realizados por Picasso no final dos anos 1920, ou de seus projetos para um monumento à Apolinário está, com certeza, presente.

Mas as opções estilísticas de Caro estão também relacionadas às condições de isolamento do lugar: elas levam-no a utilizar o aço tubular, as canaletas e outros elementos leves e facilmente manipuláveis (Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013).

Anthony Caro, Emma Dance (1977-78)

sábado, 28 de junho de 2014


Além da arte cinética, o movimento

O artista suíço Jean Tinguely chega à Paris em 1953, em um clima em que se opõem arte abstrata e arte figurativa. Se a arte cinética, que emerge nessa época, produz pinturas abstratas onde o campo visual se modifica com deslocamento do espectador, Tinguely decide integrar o movimento em suas obras.

Em 1967, ele realiza essa escultura monumental para a Exposição Universal de Montreal. Tinguely procura produzir “uma ligação entre a forma, seu aspecto e os movimentos”.

Essa unidade estética é conduzida aqui por um único motor elétrico que anima a imponente engrenagem do Réquiem para uma folha morta.

O título faz alusão a uma composição musical cuja origem seria a minúscula folha branca rodopiante, largada na extrema direita da escultura: um réquiem em que as sonoridades seriam as da indústria do Mundo (Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013).

Jean Tinguely, Réquiem para uma folha morta (1967)

Detalhe da folha

quinta-feira, 26 de junho de 2014


As coleções contemporâneas

A seção de arte contemporânea do Centro Pompidou está em permanente atualização, bem de acordo com os padrões sempre em transição da modernidade líquida. Em um ambiente claro e espaçoso, sucedem-se instalações, objetos, projetos e textos.

O papel do Museu é de fornecer explicações por meio de escolhas ponderadas e segundo critérios sempre redefinidos, a fim de escrever no presente uma história da arte dos últimos cinquenta anos (Centro Pompidou, Coleções Contemporâneas, dezembro de 2013).

Galeria central das coleções contemporâneas

Andy Warhol, Dez Liz Taylor (Ten Lizes) (1963)

segunda-feira, 23 de junho de 2014


Picasso: pintor e modelo

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

Picasso, O pintor e seu modelo no atelier (1963)

quinta-feira, 19 de junho de 2014


O erotismo surreal de Picasso

A desconstrução da figura feminina feita pelo cubismo tem características de ser uma crítica antecipada à padronização do comportamento de massas, típico da passagem do século XX ao XXI.

Parece que Picasso desdenhava a aparência da mulher em benefício de sua sexualidade.

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

Picasso, Mulher deitada em um divã azul (1960)

segunda-feira, 16 de junho de 2014


O surrealismo das curvas voluptuosas

Retornando à França em 1953, depois de um exílio nos Estados-Unidos, Max Ernst permanece dois anos em Paris antes de se instalar em Huismes, um povoado entre os rios Loire e Chinon.

As paisagens áridas do Arizona tinham dado ao pintor surrealista a inspiração das florestas petrificadas e das cidades de pedra. A doçura dos relevos da paisagem de Touraine nutriu seu imaginário com curvas insinuantes. O jardim da França opera a fusão poética entre a sensualidade das paisagens das margens do rio Loire e a preguiça de mulheres orientais (Centro Pompidou, julho de 2012).

Max Ernst, O jardim da França (1962)

sábado, 14 de junho de 2014


Menina triste

Apesar de a multiplicidade de cores indicar juventude, as tonalidades neutras transmitem tristeza. Colocando o bambolê na cena, Picasso atrai a atenção do espectador para a juventude. Entretanto, como a menina não está brincando com ele, apenas segura-o, não há alegria, mas desânimo ou timidez.

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

Picasso, Menina com bambolê (1919)

quinta-feira, 12 de junho de 2014


O figurismo abstrato de Braque

Antes de partir para a guerra, Braque pintou uma das mais belas expressões do cubismo figurativo no quadro Homem com guitarra.

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

(Parabéns à seleção canarinho pela vitória de hoje no futebol!)

Braque, Homem com guitarra (1914)

terça-feira, 10 de junho de 2014


Braque: do fauvismo ao cubismo

Tendo iniciado sua carreira de pintor no fauvismo, seu convívio com Picasso fez nascer o cubismo, que Braque nunca abandonou. O pintor francês fez amizade com Picasso em 1907, época do aparecimento do cubismo (As senhoritas de Avignon, marco do cubismo, é desse ano), e a convivência entre os dois pintores só foi interrompida com guerra de 1914.

Passados os tormentos da guerra, Braque dedicou-se às naturezas-mortas, estilo de que ele já havia tratado anteriormente, como Compoteira e cartas.

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

Braque, Compoteira e cartas (1913)

domingo, 8 de junho de 2014


A beleza especial de Greta Prozor, no pincel de Matisse

Greta Prozor era noiva de um amigo de longa data e foi escolhida por Matisse para ser seu modelo por causa de sua beleza especial, que Matisse certamente acentuou com suas pinceladas fortes e pessoais.

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

Matisse, Retrato de Greta Prozor (1916)

sexta-feira, 6 de junho de 2014


Brauner e Matta

Victor Brauner interpreta o susto e a admiração das pessoas diante da obra de Roberto Matta.

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.
 
Brauner e Matta, Intervisão (Intervision) (1955)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ego contemporâneo e violência

Se a espontaneidade e a rapidez “automáticas” da elaboração, muito gráfica, puderam mostrar à jovem geração nova iorquina – Gorky, Rothko, Pollock, Motherwell, De Kooning etc. – a via do automatismo gestual e da liberação do campo da pintura, o tema desenvolvido aqui dos diferentes “estados de existência” do Ego contemporâneo anuncia o engajamento total de Roberto Matta na realidade social e histórica de seu tempo (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Matta, Xpaço e o Ego. Detalhe da violência

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Eros e Tanatos

Submetida às pulsões contrárias de Eros e Tanatos, essa figura de quase-ficção-científica oferece uma nova imagem virtual do homem que se debate e se dissolve em um espaço esvaziado de suas referências (Centro Pompidou, dezembro de 2011).


Matta, Xpaço e o Ego. Detalhe do casal