sexta-feira, 30 de maio de 2014

Os estados de existência do Ego contemporâneo

Chileno de origem, arquiteto de formação, Matta adere, em 1936, ao movimento surrealista.

Xpaço e o Ego coloca em cena o mito duchampiano do “Grande Transparente”, símbolo da impotência e da revolta do homem diante dos desastres naturais, morais e políticos (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Matta, Xpaço e o Ego (1945) (Xpace and the Ego)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Nem abstração nem surrealismo

Depois de ter declarado, em 1928, querer “assassinar a pintura” experimentando composições com material pobre, Miró opera em Pintura um retorno aos meios próprios da pintura.

Esta grande tela é uma das dezoito “Pinturas” executadas em Barcelona em 1933. Aqui se manifesta uma linguagem plástica nova: um alfabeto de signos gigantes, estruturas ósseas biomórficas, nem figurativas nem abstratas, flutuam nos espaços cósmicos. Miró parte de colagens de objetos manufaturados, recortados nos jornais, que ele dispõe sobre o espaço de folhas de mesmo formato. Uma vez terminado esse conjunto de “padrões”, ele se dedica a pintar.

Nem abstração nem surrealismo nessa pintura, que manifesta a posição independente e ambígua de Miró no início dos anos 1930: ao mesmo tempo em que ele se recusa a aderir ao grupo Abstração-Criação, ele participa, em 1933, da “Exposição Surrealista” de Pierre Colle (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Miró, Pintura (1933)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

As paisagens oníricas de Tanguy

Yves Tanguy foi pintor e desenhista franco-americano. Aderiu ao surrealismo em 1925, adotando uma visão onírica de paisagens, objetos e ambientes. Em 1941, o poeta André Breton, teórico do surrealismo, escreveu: Com Tanguy, apareceu “um horizonte novo, aquele sobre o qual vai se ordenar em profundidade a paisagem não mais física, mas mental...”

Lembrança do Centro Pompidou, visita de dezembro de 2011.

Tanguy, Dia de lentidão (1937)

sábado, 24 de maio de 2014

Kandinsky volta às curvas

Nos anos seguintes às suas experiências geometrizantes, Kandinsky voltará a suas curvas e a seus dégradés de cores, em reação a certas correntes que reduzem a abstração a uma pura geometria (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Kandinsky, Azul de céu (1940)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Kandinsky: o momento da abstração geometrizante

Se Kandinsky é o inventor de uma abstração lírica, que ele compara com prazer à música, depois de sua chegada em 1922 à Bauhaus como professor, ele procede a uma geometrização de sua pintura.

Em Sobre branco II, ele retoma, aprimorando-o, um motivo que ele já tratou várias vezes, um cruzamento de diagonais, pontuado de xadrezes, triângulos, quadriláteros e de três pequenas linhas pretas que marcam o eixo da composição. Esta tela é o paroxismo de um processo de geometrização.

Mas ele exprime também uma tensão entre os dois elementos principais, como um enfrentamento que lembra certas obras dos anos 1910, em particular Com o arco preto de 1912 (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Kandinsky, Sobre branco II (1923)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Abstracionismo sim, mas também figurativo

Lembrança do Centro Pompidou, visita de julho de 2012.

Kandinsky, Com o arco preto (1912)

domingo, 18 de maio de 2014

O abstracionismo de Kandinsky

Artista russo, Wassily Kandinsky foi professor na Bauhaus e tornou-se famoso por inovar a pintura com a arte abstrata.

No início de sua carreira de pintor, Kandinsky rejeitou modelos "mal cheirosos, apáticos, inexpressivos, geralmente destituídos de carácter", preferindo pintar paisagens que lhe davam a liberdade de assumir cores fortes, característica que ele conservou em sua arte abstrata. As paisagens foram o ponto de partida, na década de 1910, para um crescente abstracionismo na sua pintura.

Seu interesse pela revolução russa fez ele deixar a Alemanha, onde vivia, e voltar à pátria, mas logo perdeu a ilusão com a arte oficial e retornou à Alemanha em 1921. Passou a lecionar na Bauhaus até a escola ser fechada pelos nazistas. Ele se mudou para Paris e aí viveu até o fim de sua vida.

A foto deste quadro faz parte das lembranças do Centro Pompidou, visita de dezembro de 2011.

Kandinsky, Impressão V (1911)

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Le Corbusier, arquiteto e pintor

Nascido na Suíça, na simpática cidade de La Chaux-de-Fonds, Le Corbusier é, sem dúvida um dos mais importantes arquitetos do século XX, tendo revolucionado a maneira de se conceber a morada humana. Seu renome como arquiteto ofuscou suas qualidades de urbanista e pintor.

Le Corbusier, Natureza morta (1922)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Amedeo Modigliani

Pintor e escultor nascido na Toscana, Amedeo Modigliani mudou-se para Paris quando tinha 22 anos e, ali, conheceu a fome, a doença e a miséria, mas também a fama e seu grande amor, com quem se casou.

Precoce em tudo, antes de morrer aos 35 anos, deixou para a posteridade inconfundíveis retratos com fisionomias alongadas que lembram o estilo das máscaras africanas e das vênus cicládicas. Lembrança do Centro Pompidou, visita de dezembro de 2011.

Modigliani, Gaston Modot (1918)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Picasso pinta a graça e a doçura de Eva Gouel

Retrato de menina é um quadro transbordante de alegria, tanto do ponto de vista estilístico quanto temático.

Realizado durante o verão de 1914, ele é uma síntese das últimas invenções cubistas, integrando os falsos mármores e os falsos papéis colados, combinados com desenhos em perspectiva e com superfícies recobertas de pontilhados. Jogando entre diferentes níveis de imitação – imitação naïve, transposição, imitação de imitação –, o pintor parece se deleitar com a ambiguidade da pintura e reencontra também a sedução das cores vivas, deixadas de lado durante os primeiros anos do cubismo.

Mas esse quadro celebra antes de tudo Eva Gouel, a companheira de Picasso desde 1911. A jiboia esmeraldina que ela leva no pescoço, as curvas de sua silhueta, o motivo de flores de seu interior, tudo lembra a graça e a doçura dessa jovem pessoa (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Picasso, Retrato de menina (1914)

sábado, 10 de maio de 2014


Matisse e a oposição entre o realismo e o decorativo

Na primavera de 1921, Matisse aluga em Nice um apartamento com vista sobre o mercado de flores e equipa seu novo atelier de maneira a poder instalar nele um modelo (aqui, Henriette Darricarrère) em uma decoração renovável.

O “fundo ornamental” sobre o qual se destaca a Figura decorativa provém de um desses painéis de pano, ao passo que a figura nua está simplesmente coberta por um tecido branco. A confrontação da figura e do fundo constitui para Matisse uma das formas privilegiadas, tomadas pela oposição do realismo e do decorativo, os dois polos cujo tensionamento define toda sua pintura.

A ilusão de um espaço situado diante da cortina de flores alcança uma profundidade que permite colocar o nu, pintado como uma escultura. Matisse joga com os volumes da cor, das sombras e das luzes para melhor sugerir o relevo (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Matisse, Figura decorativa sobre fundo ornamental (1925-6)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Georges Braque

Lembrança do Centro Pompidou, visita de dezembro de 2011.

Georges Braque, Homem com guitarra (1914)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Henri Matisse

Um dos mais importantes artistas do século XX, Matisse tornou-se conhecido pelo domínio da cor e do desenho, que ele usou de forma original. O artista francês foi celebrizado tanto por suas pinturas quanto por suas esculturas. Lembrança do Centro Pompidou, visita de dezembro de 2011.

Henri Matisse, A argelina (1909)

domingo, 4 de maio de 2014

Tabula, de Simon Hantaï, é uma grande pintura de azul intenso

Ligado de 1951 a 1954 ao movimento surrealista, Simon Hantaï se engaja em seguida em uma pintura gestual. É em 1960 que ele adota “a dobra como método”. Oito séries de pinturas exploram até 1982 várias maneiras de dobrar a tela. Deixando de ser um ecrã de projeção, a tela dobrada é pintada “cegamente” pelo artista, preocupado em colocar sua subjetividade à distância. Seu trabalho só lhe é revelado no desdobramento, quando aparece a relação entre o pintado e o não-pintado.

A série “Tabula” comporta duas fases. A primeira (1974-1976), que desdobra uma grelha com trama apertada; a segunda (1980-1982), que vê o quadrado se expandir e sua forma explodir.

Abstração pura, rigorosa, minimalista, a grande pintura de azul intenso que é Tabula (1974) é porém habitada pela lembrança do motivo de ladrilho do tabuleiro tradicional húngaro que a mãe do pintor portava (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Simon Hantaï, Tabula (1974)

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Brice Marden, Thira (1979-80)

Lembrança do Centro Pompidou, visita de dezembro de 2011. Marden fez essa obra com óleo e cera sobre tela.