O
direito à preguiça
Deveria
ser matéria obrigatória da seleção para chefe na carreira do servidor público a
leitura de um instrutivo livrinho (o diminutivo é relativo ao número de páginas
e não à grandeza da obra): “O direito à preguiça” de Paul Lafargue, genro de K.
Marx.
O
livro mostra que o lazer é mais importante do que o dinheiro. É válido
acrescentar que o lazer é também mais importante do que o poder ou a
popularidade. Mas os ventos neoliberais sopram em outra direção, e tem gente
que abandona a ética e as leis para conseguir mais dinheiro. Tem gente também
que “faz o diabo” para ganhar as eleições, ou seja, deixa de lado o lazer em
troca da luta irrefreável pela popularidade, que se coloca a serviço da
conquista do poder. Na busca indiscriminada pelo apoio popular, a referência da
palavra dita é com o efeito que ela pode suscitar e não com a verdade dos fatos
e das propostas.
Esse
pessoal encrencado na Lava Jato deveria ter aula de lazer e preguiça. Eles se
tornariam mais humanos. Entretanto, para isso, surgiriam dois problemas. O
primeiro é que, em nossa cultura neoliberal, seria difícil conseguir professor
para a matéria. O segundo diz respeito à natureza dessas habilidades, que não
têm a característica de serem aprendidas em sala de aula. Talvez a cana – o
ócio obrigatório – tenha mais serventia.
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