“Tricoto, logo existo”
“Enfim adivinhar, não mais saber” era o título
escolhido por Rosemarie Trockel para sua exposição no MoMa de Nova York em
1988. Esse título poderia servir para evidenciar o significado do conjunto de
seu trabalho, multiforme, desnorteante, inalcançável. O olhar que a artista
adota sobre a sociedade é, às vezes, cruel e, com frequência, subversivo ou mesmo
destrutivo. Ela evita a banalidade da vida, manipula as convenções e
desestabiliza as expectativas.
Na aparência, suas pinturas, esculturas, desenhos,
tricôs, fotografias, instalações e filmes dependem do universo feminino. Mas
aqui, quando a artista troca suas agulhas de tricotar por máquinas
sofisticadas, programadas por computador, é para citar Descartes. O “Penso,
logo existo” dessa obra pode igualmente ser lido: “Tricoto, logo existo” (Centro Pompidou, dezembro de 2011).
Rosemarie Trockel, Cogito, ergo sum (1988) |
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