domingo, 27 de julho de 2014


“Tricoto, logo existo”

“Enfim adivinhar, não mais saber” era o título escolhido por Rosemarie Trockel para sua exposição no MoMa de Nova York em 1988. Esse título poderia servir para evidenciar o significado do conjunto de seu trabalho, multiforme, desnorteante, inalcançável. O olhar que a artista adota sobre a sociedade é, às vezes, cruel e, com frequência, subversivo ou mesmo destrutivo. Ela evita a banalidade da vida, manipula as convenções e desestabiliza as expectativas.

Na aparência, suas pinturas, esculturas, desenhos, tricôs, fotografias, instalações e filmes dependem do universo feminino. Mas aqui, quando a artista troca suas agulhas de tricotar por máquinas sofisticadas, programadas por computador, é para citar Descartes. O “Penso, logo existo” dessa obra pode igualmente ser lido: “Tricoto, logo existo” (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Rosemarie Trockel, Cogito, ergo sum (1988)

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