domingo, 4 de maio de 2014

Tabula, de Simon Hantaï, é uma grande pintura de azul intenso

Ligado de 1951 a 1954 ao movimento surrealista, Simon Hantaï se engaja em seguida em uma pintura gestual. É em 1960 que ele adota “a dobra como método”. Oito séries de pinturas exploram até 1982 várias maneiras de dobrar a tela. Deixando de ser um ecrã de projeção, a tela dobrada é pintada “cegamente” pelo artista, preocupado em colocar sua subjetividade à distância. Seu trabalho só lhe é revelado no desdobramento, quando aparece a relação entre o pintado e o não-pintado.

A série “Tabula” comporta duas fases. A primeira (1974-1976), que desdobra uma grelha com trama apertada; a segunda (1980-1982), que vê o quadrado se expandir e sua forma explodir.

Abstração pura, rigorosa, minimalista, a grande pintura de azul intenso que é Tabula (1974) é porém habitada pela lembrança do motivo de ladrilho do tabuleiro tradicional húngaro que a mãe do pintor portava (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Simon Hantaï, Tabula (1974)

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