sábado, 10 de maio de 2014


Matisse e a oposição entre o realismo e o decorativo

Na primavera de 1921, Matisse aluga em Nice um apartamento com vista sobre o mercado de flores e equipa seu novo atelier de maneira a poder instalar nele um modelo (aqui, Henriette Darricarrère) em uma decoração renovável.

O “fundo ornamental” sobre o qual se destaca a Figura decorativa provém de um desses painéis de pano, ao passo que a figura nua está simplesmente coberta por um tecido branco. A confrontação da figura e do fundo constitui para Matisse uma das formas privilegiadas, tomadas pela oposição do realismo e do decorativo, os dois polos cujo tensionamento define toda sua pintura.

A ilusão de um espaço situado diante da cortina de flores alcança uma profundidade que permite colocar o nu, pintado como uma escultura. Matisse joga com os volumes da cor, das sombras e das luzes para melhor sugerir o relevo (Centro Pompidou, dezembro de 2011).

Matisse, Figura decorativa sobre fundo ornamental (1925-6)

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