domingo, 7 de setembro de 2014


Eternamente Olímpia

Com Eu gosto de Olímpia com o rosto negro, o artista americano Larry Rivers reexamina um dos ícones da história da arte: Olímpia de Édouard Manet. Com sua bricolagem de formas e de objetos, esta obra se inscreve mais na tradição da colagem e da montagem do que na Pop arte, então dominante nos Estados-Unidos.

Rivers compartilha com Manet um mesmo raciocínio de provocação e, quando ele realiza esta obra, ela se vê denunciada como vazia e sem fundamento, como se ele denunciasse Olímpia de ser banal e vulgar. Eu gosto de Olímpia com o rosto negro é entretanto uma obra engajada: produzida em1970, em um clima político efervescente, ela lembra o problema da segregação e denuncia por meio de uma dupla oposição dos personagens representados – mestre-escravo, Negro-Branco – a arbitrariedade das condições sociais dos afro-americanos (Museu de Arte Moderna de Paris, janeiro de 2013).

Larry Rivers, Eu gosto de Olímpia com o rosto negro (1970)

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