quinta-feira, 7 de agosto de 2014


Quando a dobra da mesa encontra o cruzamento dos tacos

Em Braque, cada quadro absorve uma parte diferente de elementos frequentemente recorrentes, particularmente quando, depois da guerra, ele desenvolve verdadeiras séries. Na dos sete “Bilhares” (1944-1952), o retângulo verde – o tapete – é observado de todos os pontos de vista possíveis, envolvendo o espectador no movimento do jogo. Ele é feito de uma substância ao mesmo tempo áspera e suave, uma mistura de areia, com uma consistência pictórica equivalente à do feltro da mesa de bilhar.

Visto em diagonal, quebrado em dois, o bilhar vem ao encontro do espectador, em um rebatimento cativante. Um vaso e uma janela truncada distraem ligeiramente o olhar do que se passa em primeiro plano: sobre a linha vertical da dobra encontra-se o ponto onde se cruzam duas hastes marrons, os dois tacos de bilhar. Essa tela valeu para Braque a conquista do primeiro prêmio de pintura na 24ª Bienal de Veneza em 1948 (Museu de Arte Moderna de Paris, dezembro de 2011).


Georges Braque, O bilhar (1944) (detalhe)
  
Observação. Os textos publicados em itálico, com a referência no final, são de autoria do Museu de Arte Moderna de Paris, sendo de responsabilidade do blog somente a seleção do material e a tradução para o português.



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