Ligado de 1951
a 1954 ao movimento surrealista, Simon Hantaï se engaja em seguida em uma
pintura gestual. É em 1960 que ele adota “a dobra como método”. Oito séries de
pinturas exploram até 1982 várias maneiras de dobrar a tela. Deixando de ser um
ecrã de projeção, a tela dobrada é pintada “cegamente” pelo artista, preocupado
em colocar sua subjetividade à distância. Seu trabalho só lhe é revelado no
desdobramento, quando aparece a relação entre o pintado e o não-pintado.
A série
“Tabula” comporta duas fases. A primeira (1974-1976), que desdobra uma grelha
com trama apertada; a segunda (1980-1982), que vê o quadrado se expandir e sua forma
explodir.
Abstração pura,
rigorosa, minimalista, a grande pintura de azul intenso que é Tabula (1974) é porém habitada pela
lembrança do motivo de ladrilho do tabuleiro tradicional húngaro que a mãe do
pintor portava (Centro Pompidou, dezembro de 2011).
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Simon Hantaï, Tabula (1974) |
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