Matisse e a oposição entre o realismo e o decorativo
Na primavera de
1921, Matisse aluga em Nice um apartamento com vista sobre o mercado de flores
e equipa seu novo atelier de maneira a poder instalar nele um modelo (aqui,
Henriette Darricarrère) em uma decoração renovável.
O “fundo
ornamental” sobre o qual se destaca a Figura
decorativa provém de um desses painéis de pano, ao passo que a figura nua está
simplesmente coberta por um tecido branco. A confrontação da figura e do fundo
constitui para Matisse uma das formas privilegiadas, tomadas pela oposição do
realismo e do decorativo, os dois polos cujo tensionamento define toda sua
pintura.
A ilusão de um
espaço situado diante da cortina de flores alcança uma profundidade que permite
colocar o nu, pintado como uma escultura. Matisse joga com os volumes da cor,
das sombras e das luzes para melhor sugerir o relevo (Centro Pompidou, dezembro
de 2011).
Matisse, Figura decorativa sobre fundo ornamental (1925-6) |
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