Depois de ter declarado, em 1928, querer “assassinar a
pintura” experimentando composições com material pobre, Miró opera em Pintura um retorno aos meios próprios
da pintura.
Esta grande tela é uma das dezoito “Pinturas”
executadas em Barcelona em 1933. Aqui se manifesta uma linguagem plástica nova:
um alfabeto de signos gigantes, estruturas ósseas biomórficas, nem figurativas
nem abstratas, flutuam nos espaços cósmicos. Miró parte de colagens de objetos
manufaturados, recortados nos jornais, que ele dispõe sobre o espaço de folhas
de mesmo formato. Uma vez terminado esse conjunto de “padrões”, ele se dedica a
pintar.
Nem abstração nem surrealismo nessa pintura, que
manifesta a posição independente e ambígua de Miró no início dos anos 1930: ao
mesmo tempo em que ele se recusa a aderir ao grupo Abstração-Criação, ele
participa, em 1933, da “Exposição Surrealista” de Pierre Colle (Centro Pompidou, dezembro de 2011).
Miró, Pintura (1933) |
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