O amor da mulher mais bela
Na frente de
Vênus, Juno e Palas Atena, a Discórdia lançou um pomo “para a mais bela”.
– Júpiter vai
resolver qual de nós é a mais bela, disse Juno confiante por ser a esposa.
– Eu não sou a
pessoa indicada para fazer a escolha, disse o senhor do Olimpo.
Político
astuto, ele sabia que, qualquer que fosse a escolhida, as duas outras ficariam
furiosas. Júpiter transferiu a Páris a difícil decisão.
Diante de
Páris, filho do rei de Troia, mas ocupando-se dos rebanhos, cada uma fez sua
proposta.
Pieter Coecke van Aelst, O sonho de Páris |
– Eu te darei a
vitória, argumentou Palas Atena, deusa da guerra justa.
Na pintura de
Van Aelst, Palas Atena é a figura que está mais à direita, cuja identidade se
mostra pela espada e pelo capacete. Com sua mão direita, ela oferece a coragem
ao príncipe.
– Eu te concederei
o reino, apressou-se a declarar Juno, a rainha do Olimpo.
Ela se coloca
entre as duas outras deusas e é portadora da coroa real. Envolvendo seus braços
em seu próprio corpo, ela sugere que o reinado será dele.
– Eu te garanto
o amor da mais bela entre as mortais, falou docemente Vênus, a deusa do amor.
Vênus olha para
as outras duas e, com sua mão direita, parece dizer:
– Como alguém
pode resistir à minha oferta?
A oferenda é
indicada pela sua mão esquerda.
O pragmatismo que
move as sociedades modernas levaria Páris a escolher o poder ou a vitória. Mas
o príncipe/pastor vivia o romantismo ingênuo das sociedades do passado e
escolheu Vênus a vencedora. Assim fazendo, ganhou o amor de Helena, a mais bela
dentre todas as mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário