Quando a dobra da mesa encontra o cruzamento
dos tacos
Em Braque, cada quadro absorve uma parte diferente de
elementos frequentemente recorrentes, particularmente quando, depois da guerra,
ele desenvolve verdadeiras séries. Na dos sete “Bilhares” (1944-1952), o
retângulo verde – o tapete – é observado de todos os pontos de vista possíveis,
envolvendo o espectador no movimento do jogo. Ele é feito de uma substância ao
mesmo tempo áspera e suave, uma mistura de areia, com uma consistência pictórica
equivalente à do feltro da mesa de bilhar.
Visto em diagonal, quebrado em dois, o bilhar vem ao
encontro do espectador, em um rebatimento cativante. Um vaso e uma janela
truncada distraem ligeiramente o olhar do que se passa em primeiro plano: sobre
a linha vertical da dobra encontra-se o ponto onde se cruzam duas hastes
marrons, os dois tacos de bilhar. Essa tela valeu para Braque a conquista do
primeiro prêmio de pintura na 24ª Bienal de Veneza em 1948 (Museu de Arte Moderna de Paris, dezembro de 2011).
Georges Braque, O bilhar (1944) (detalhe) |
Observação. Os textos publicados em
itálico, com a referência no final, são de autoria do Museu de Arte Moderna de
Paris, sendo de responsabilidade do blog somente a seleção do material e a
tradução para o português.
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