A aurora e o despertar
Com a chegada da alvorada, a
Aurora, irmã da Lua e do Sol, vai abrir a passagem do mundo obscuro e turvo ao
mundo luminoso.
Em Homero, a deusa se
colore de rosa e de açafrão: Battista Dossi se lembra desse cromatismo quando
ele a representa no momento preciso em que ela libera os cavalos de Apolo e se
apressa em repintar o céu.
A razão apolínea ainda não
retomou seus direitos: o mundo situa-se no espaço entre os dois momentos.
Se o sono está próximo da
morte, o despertar deveria ser uma ressurreição. Com ele, voltam, em princípio,
a disciplina e o controle de si, o domínio lógico e a razão.
Entretanto, sérias dúvidas
subsistem...
Por um lado, porque certos
despertares são perigosos, tal como o de Eros queimado, em plena noite, pela
lamparina de Psiquê.
Por outro lado, porque não
é certo que o despertar nos acorde: é possível que a vida inteira seja um
sonho, e que nós sejamos feitos do mesmo tecido dos sonhos (Museu do Luxemburgo, O Renascimento e o sonho).
Battista Dossi, Manhã: A Aurora e os cavalos de Apolo (1544) |
É fascinante o mundo da mitologia Grega.E a cada novo mito que passo a conhecer me interesso ainda mais por esse assunto. Parabéns prof°.
ResponderExcluir